Será?

 Eu escrevi esse texto no dia 13/04/2009 e resolvi postá-lo aqui

A vida nos oferece muitas alternativas, muitas chances de escolhas. 

Por que às vezes optamos justamente pelo que nos faz sofrer? 

Será que todos somos um pouco masoquistas? 

Será que as escolhas não são tão simples como pensamos ou será que nós que complicamos demais as nossas vidas? 

Será que é tão difícil dizer um não como é fácil dizer um sim ou será apenas o peso da palavra? 

Tantas regras e tantas leis... Será que realmente facilitam o convívio? 

Por que às vezes sabemos que estamos no caminho errado e mesmo assim seguimos em frente? Não seria mais óbvio mudar o nosso rumo? Ou será que o óbvio nem sempre é o correto? 

Por que de vez em quando é bom quebrar a cara para percebermos que devemos parar e que está na hora de mudar alguma coisa? 

Será que a justificativa de que a vida não é como a gente quer, responde a essas perguntas? Ou será que a resposta mais lógica precisa de um pouco mais de emoções e não de razões? 

Um dia a gente descobre... Será?

Lavagem cerebral...

Quanto mais os dias passam mais eu me convenço de que nada sei. Parece que tudo que aprendi até hoje não passou de uma lavagem cerebral e a maioria dos seres humanos crescem submetidos a isso. Só nos mostram um ponto de vista, como se fosse o único existente, através da religião, dos hábitos alimentares, da história, da política e de outros temas infindáveis que fazem parte de nossos cotidianos.

Lembrei agora da música de Kid Abelha: Nada sei dessa vida/ Vivo sem saber/ Nunca soube nada saberei/ Sigo sem saber... Por isso volto a repetir: a educação é sim a base de tudo! Crescemos seguindo modelos e padrões de vida que aprendemos com nossos pais, que aprenderam com nossos avós e assim sucessivamente. Está na hora de todos nós questionarmos o que fazemos e porquê fazemos. 

Se cada um adotasse uma causa, com certeza o mundo seria um lugar melhor. Será que falar é fácil e fazer é difícil? Vamos dar um basta as lavagens cerebrais, recebemos por dia uma quantidade imensa de informações e, no entanto muitas delas só favorecem um lado e nós se quer pensamos nisso!

“O mundo não é perigoso por causa das pessoas que fazem o mal, o mundo é perigoso por causa das pessoas que vêem o mal acontecendo e não fazem nada...” (Autor desconhecido)

Filosofando...

A melhor coisa que fazemos em nossas vidas é optar por escolhas que nos façam plenos e felizes, melhor ainda quando sabemos que essas escolhas interferem benignamente na vida de outros seres. É uma coisa que realmente não tem preço! Eu não sou perfeita e, aliás, sou egoísta até certo ponto, no entanto, eu estou buscando a minha melhora de maneira contínua porque é necessário não apenas mudar e sim evoluir; à medida que evoluímos percebemos que devemos sair de nossos mundinhos pequenos.Ao sairmos de nossos mundinhos pequenos enxergamos as vidas que existem além deles, o melhor de tudo é que resolvemos descruzar os braços e começamos a pensar no que podemos fazer para ajudá-las.

Esses dias eu estou filosofando bastante, afinal de contas fiz uma nova escolha de vida e pretendo levá-la adiante. Assisti alguns documentários como “Não Matarás”, “A Carne é Fraca” e “Earthlings – Terráqueos”, além de alguns vídeos como “O hambúrguer de trás pra frente”, “O ser humano é naturalmente carnívoro?”, “28 coisas que você que bebe leite deve saber”, “Por que ser vegetariano?”, comerciais do PETA e estou lendo bastante sobre o assunto, além de procurar receitas vegans e conversar com um amigo que já é vegetariano há mais tempo para me esclarecer e tirar dúvidas.

Eu vou finalizar esse post com uma reflexão que eu vi no documentário “Terráqueos” e que eu amei – “ Os três estágios da verdade: ridicularização, oposição violenta e aceitação.”

Escolhas e consequências...

Todos nós sabemos que para cada escolha que fazemos há uma consequência, seja ela boa ou ruim, resumindo, a lei da ação e reação. Mas e quando não temos escolhas? Como nos sentimos quando somos submetidos a fazer uma coisa que não queremos? E pior: quando nos manipulam a fazer a única escolha aparentemente existente?

Desde o nascimento o ser humano vem sendo submetido a um processo de dessensibilização, podemos perceber isso quando passeamos pelas ruas e aceitamos como um fato normal, adultos e crianças em estado de mendicância e para piorar a situação todos agimos como se essas pessoas fossem invisíveis. Eu escrevo isso desprezando os motivos pelos quais essas pessoas estão nas ruas, porque por incrível que pareça muitas estão ali porque querem, no entanto outras estão por não terem escolha. De uma forma ou de outra a culpa é da sociedade por ser individualista, extremamente gananciosa e ter escolhido um modo de viver “coisificado”.

Qual o valor de uma vida hoje em dia? Não temos compaixão pela nossa própria espécie! Já é parte de nosso cotidiano notícias de homicídios e violência em proporções cada vez maiores e assustadoras. Os direitos humanos são frequentemente violados, o que falar então dos direitos dos animais? Muitas pessoas nem devem saber que eles têm direitos, mas o principal lhes é negado: o direito à vida. Os animais não são seres irracionais, são seres vivos. Irracionais somos nós seres humanos que temos o poder da escolha e só optamos pela dor, morte e destruição, subjugando e desrespeitando todos aqueles que nos parecem inferiores, levando o nosso planeta ao caos, não só exterminando aos poucos nossa própria espécie como todas as outras indefesas e que não possuem direito de escolha.

Qual o valor de uma vida hoje em dia? A vida realmente tem valor?

Vegetarianismo = filosofia de vida

Depois de muito pensar e pesquisar, cheguei a conclusão de que é possível sim tentar melhorar o mundo: basta querermos! Vamos procurar as alternativas mais compatíveis com nosso modo de viver e encarar a realidade em que nos encontramos, o meio ambiente está em um processo acelerado de degradação e isso é culpa dos  seres humanos. 

Cada um de nós é uma gota no oceano, um grão de areia e mais do que palavras bonitas vamos ter ATITUDES! Atitudes coerentes. Enfim o vegetarianismo é minha nova filosofia de vida, vou continuar pesquisando e ver como eu posso ajudar e colaborar com as campanhas de combate à exploração dos animais e todas as crueldades a que são submetidos para o mero prazer humano, seja pela gula ou suposta diversão em circos e rodeios --'. No post sobre educação eu falei sobre isso e minhas pesquisas foram determinantes para a minha decisão. NÃO À CRUELDADE!!!!!!!

Educação, a base de tudo?!

Educação é realmente a base de tudo? Se pararmos para analisar a história da humanidade veremos que sim. Quantas coisas aprendemos ao longo da nossa vida sem nem ao menos questionar? A maneira como aprendemos as coisas e principalmente, a maneira como nos ensinam é realmente determinante. O conhecimento apesar de ser individual está aí para todos nós, acontece que só tem conhecimento quem busca e quem questiona. Conhecimento é sinônimo de poder e daí o desinteresse da elite em torná-lo coletivo, nesse ponto podemos entender o porquê de não questionarmos o que fazemos: é simples não nos ensinaram! E por que não nos ensinaram? Porque não há interesse em compartilhar o conhecimento, porque enquanto o conhecimento for restrito a poucos, o poder e a concentração de riquezas também continuará sendo.

A manipulação das massas dá-se principalmente através da televisão e do rádio. Como uma pessoa pode almoçar assistindo um programa sensacionalista que só trata de crueldade e morte? A insensibilização é um dos motivos da realidade em que vivemos: nos acostumamos com a violência e ela é simplesmente um fato corriqueiro no cotidiano, como se sempre existisse e fosse de fato parte dele.

As pessoas sem conhecimento são robôs, porque só fazem o que aprendem com os outros e não buscam o conhecimento por conta própria. Eu estou escrevendo esse texto porque há algum tempo dois temas estão perturbando minha mente: política e vegetarianismo. Esses temas nunca foram importantes para mim e uma das melhores qualidades do ser humano é a capacidade da mudança, nunca é tarde pra mudar: para melhor ou pior, é uma escolha individual. A falta de conhecimento cega, o comodismo cega, a ignorância cega. É muito mais fácil aceitar o que nos dizem do que buscar o conhecimento e formar sua própria opinião. É muito mais fácil aceitar as coisas como são do que lutar e propor melhoras.

Eu cresci ouvindo as pessoas dizerem que não gostam de política e eu aceitei isso como sendo minha opinião também, mas, na busca por conhecimento creio que mudei de idéia, na minha mente existem idéias soltas e eu apenas preciso organizá-las para pôr em prática. É um bom começo: a mudança tem que começar interiormente em cada um de nós, mas isso não basta! Tem que haver a mudança externa através das atitudes coerentes com os pensamentos. 

Já o vegetarianismo é um tema que era completamente equivocado em minha mente desinformada, antes eu achava que todos os vegetarianos comiam apenas saladas e frutas, depois eu assimilei que não comer carne era suficiente. Hoje em dia após muitas pesquisas na internet, cheguei a conclusão de que o vegetarianismo é na verdade uma filosofia de vida e não restringe-se apenas a não comer carne. O que eu julgava ser um vegetariano, na verdade tem outros nomes: frugívoro e crudívoro; existem ainda os veganos que são os que não comem carne e não consomem produtos que sejam direta ou indiretamente de origem animal, como o leite e o queijo, o ovo, roupas ou calçados. Além disso há o boicote às empresas que testam e fazem experimentos em animais e a luta pelo fim da vivissecção e dos maus tratos aos animais. No fim das contas percebo que o vegetarianismo é o respeito à vida. Uma ideologia pouco disseminada porque prejudica a lucrativa indústria da carne e também porque nos ensinaram que comer carne contém proteína e se não temos conhecimento suficiente como poderemos questionar? 

Finalizando, acredito que para mudar o mundo precisamos primeiro mudar a nós mesmos, buscar conhecimento e tentar de alguma maneira fazer parte do nosso planeta; não apenas servir de enfeite e aceitar apenas o que querem que aceitamos, precisamos ir a fundo e compartilhar as nossas descobertas e nosso conhecimento. Não vamos deixar que as idéias fiquem aprisionadas em nossas mentes, vamos ter atitude, porque só assim conseguiremos fazer com que outras pessoas pensem a respeito e disseminem o conhecimento, acabando de uma vez por todas as desigualdades e injustiças que se tornaram parte do planeta como o próprio ar que respiramos.